O ambiente corporativo é insubstituível.

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Todo mundo concorda que o ambiente corporativo está em constante transformação, principalmente quem já é da área de Workplace sabe do que estou falando. É uma mudança atrás da outra, um movimento constante. E se a gente parar pra pensar a forma de trabalhar de hoje já não é a mesma que meu pai vivenciou, nem a que eu vivi quando comecei lá na década de 90, com meu micro com monitor de tubo em cima de uma mesa gigante. Não, não é a mesma. Mas a necessidade de ter um espaço destinado ao trabalho permanece. O fato de mudar só é mais um argumento para ter profissionais cuidando dessa transformação e garantindo que a mudança está indo pro lugar certo, está apontando pro futuro, pra tendência, com estratégia.

Eu sou uma defensora dos espaços colaborativos há uns 10 anos, mas poucas empresas aderiram a este modelo lá no início, achavam que era modinha e que só era aplicável nas empresas de tecnologia, as outras áreas não, jamais!

Cada funcionário precisava ter sua estação de trabalho fixa, com seus objetos pessoais. Hoje já é difícil você encontrar empresas que não tenham pelo menos um local de ocupação livre, um dos conceitos do espaço colaborativo que instiga essa liberdade para possibilitar uma melhor integração entre as áreas, nem que seja apenas durante o desenvolvimento de algum projeto. As empresas de tecnologia elas ficam mesmo parece que sempre um passo à frente, mas acho que é de tanto que a tecnologia vem se desenvolvendo numa velocidade sem limite, se as equipes que estão inseridas neste mundo não estiverem super conectadas não conseguem acompanhar.

Arquitetura Corporativa

Estar conectado hoje não necessariamente quer dizer estar no mesmo ambiente. Nós precisamos de escritórios porque eles são a materialização da cultura da empresa, tanto para funcionários como clientes. O ambiente corporativo é vital para as empresas, ajuda muito na comunicação do propósito, é o meio onde se cria e transmite a mensagem. Isso é independente de uma estação de trabalho exclusiva, mas é fundamental que se ofereça um local de trabalho que inspire as pessoas. A gente viu agora, com a pandemia Covid-19 que muitas empresas que não acreditavam no modelo de home-office ou até mesmo no modelo híbrido, aderiram com sucesso quando se viram na condição de que essa era a única maneira de garantir a continuidade do negócio, tanto as pessoas como as empresas se adaptaram e prosseguiram. Foram muitas incertezas, muitas empresas têm em seu plano de contingência de negócios diversas ações de mitigação de riscos pra tudo quanto é tipo de situação, enchentes e outros desastres naturais, mas quantas delas tinham um plano de contingência que previa uma pandemia mundial com mais de um ano de duração? E ainda não sabemos quanto tempo mais vai durar até que se possa voltar “ao normal”, nós já sabemos que a única alternativa de controle é a vacina. E não sabemos pode levar mais alguns longos meses, até que a gente consiga vacinar toda a população.

Olhando essa situação, é como se fosse um simulado de tantas outras possibilidades que podem ocorrer o tempo todo que impactam diretamente no modo como as pessoas trabalham, então é essa resposta do espaço corporativo, essa possibilidade de se transformar rapidamente e constantemente, que precisamos buscar. E isso se conquista olhando para os escritórios com uma visão estratégica.

Nós temos observado muitas pessoas se identificando com o modelo de home-office, algumas empresas já estão aderindo ao modelo como definitivo. Mas isso não quer dizer que essas empresas deixaram de ter seus escritórios, porque elas entenderam que a sede da empresa é um ativo estratégico. Mesmo as empresas que tiveram 100% de adesão ao home-office transformaram os ambientes que permaneceram com uso colaborativo, institucional. Porque é inevitável que os funcionários precisarão estar em algum momento por algum motivo na empresa, seja para um on boarding ou qualquer outra situação que possa requerer a presença. Ou mesmo os clientes, quando vão visitar a empresa.

Então, no futuro, os escritórios vão refletir sim os efeitos dessas transformações, adaptações culturais, aprendizados e teremos um novo “normal” pós pandemia.

O “normal” é ter a opção de escolher trabalhar num ambiente profissional, que seja acolhedor e estratégico, tanto para o desenvolvimento das atividades das pessoas, quanto para a empresa. É o fim dos escritórios sem propósitos, das ocupações dos espaços sem estratégia. O “novo normal” em Workplace será ambientes desenvolvidos com estratégia e qualidade, como ativos valiosos trazendo benefícios não só para a empresa, mas para o dia-a-dia das pessoas, que também são os principais ativos que ela poderia ter. O desafio de atrair as pessoas ao escritório, não porque não existe outra opção para ela exercer suas atividades. Mas porque, quando ela está naquele ambiente, a magia acontece... o trabalho flui melhor... ela prefere ir ao escritório, mas também quando ela está em casa e os colegas estão na empresa, os ambientes da empresa, a estrutura e ambiente da empresa oferece uma tecnologia que possibilita reuniões virtuais de qualidade. Eu acredito no fim da estação de trabalho destinada a um único tipo de uso, uma única finalidade, uma única pessoa.

Ambiente CorporativoEu acredito que precisamos repensar a ocupação dos nossos prédios, oferecer soluções que atendam às necessidades de cada negócio, agreguem valor aos negócios das empresas, agradem e estimulem as pessoas que vão utilizar os ambientes a produzirem mais e melhor. Os escritórios vão continuar a se transformar sempre e isso é ótimo. Se as empresas puderem resolver todo um programa numa área reduzida, com um bom space planning e um projeto bem estruturado, excelente! Mas aquele espaço, não importa quantos m² vai ter, ele tem que ser funcional, tem que expressar a alma da empresa, tem que inspirar funcionários, encantar clientes, é assim. Eu acredito que ainda veremos muita transformação nos ambientes de trabalho nos próximos anos, a nova tendência é o modelo hibrido mas o que as empresas precisam pensar é, qual o diferencial que eles vão oferecer naqueles ambientes pra atrair os funcionários. Nós teremos ambientes mais tecnológicos e confortáveis, eu acho!Tem um movimento muito grande de autocuidado, as pessoas estão buscando melhorar a qualidade de vida e na arquitetura corporativa isso se reflete em projetos inspirados na biofilia e neuroarquitetura cada vez mais presentes.

O principal foco é criar ambientes que proporcionem sensações, isso vai além de cumprir a função do espaço de escritório. Em muitos casos de projetos que não conseguimos diferenciar numa foto de estamos visualizando um ambiente corporativo ou residencial... tamanho conforto, praticidade e leveza que estão sendo inseridos em alguns ambientes, e porque? Porque agrada demais o publico que vai utilizar esses espaços, hoje os funcionários que podem escolher de onde trabalhar se sentem mais atraídos por ambientes assim. E também porque no mundo digital, não tem nada mais positivo para a imagem de uma marca. A forma como a empresa cuida dos funcionários, como se preocupa com a sua imagem, vai dizer muito sobre ela E é possível melhorar muito o ambiente somente com o conhecimento técnico e uma boa gestão para implementar esses conceitos.

000453-co-img-foto-06-tema-210528-02.pngVamos continuar acompanhando por aqui na Oficina de Workplace, uma outra situação que eu tenho observado é que as empresas estão se “preocupando menos” com a localização, estão contratando pessoas de qualquer localidade se a função permite. Então, vai ser uma tendência também, eu acho, que as próprias sedes das empresas vão se espalhar mais por aí por diferentes motivos... já tivemos, inclusive, nesse último ano alguns casos de grandes empresas que trocaram seus centros comerciais aqui em São Paulo por cidades satélites... com isso vão surgindo muitos novos projetos e para os estudantes de arquitetura e arquitetos que não residem em São Paulo, começam a chegar essas oportunidades de atuar no nicho de Workplace.

É um momento muito interessante, de mudanças aceleradas nos modelos de trabalho, muito interessante de acompanhar como essas mudanças estão refletindo nos espaços.