Este projeto é especial para mim.

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Um projeto bastante especial pra mim, que foi um projeto especial em todos os sentidos na verdade, não foi o maior em termos de área de intervenção e nem foram os de fora do Brasil, foi aqui mesmo na cidade de São Paulo, num prédio localizado bem no Centro da cidade.
Pra quem não conhece pessoalmente o Centro da cidade de São Paulo é repleto de prédios que são ícones mesmo da arquitetura (tem o Teatro Municipal, a Catedral da Sé, o Copam enfim todos com uma história belíssima, muitos projetos de revitalização de sucesso) mas a realidade é que numa visão de arquiteto e urbanista, de cidadão também, a gente sabe que muito ainda precisa ser feito ali, porque existem muitos escritórios no local, alguns bons comércios e restaurantes, mas falta muita VIDA ali no Centro, principalmente à noite e finais de semana. Então esse projeto tinha também um caráter social, porque são iniciativas assim que vão devolvendo essa vida ao espaço né. Eu sonho ainda com uma retomada daquela região, que possam ter pessoas morando ali com segurança - mesma segurança que tem em outros bairros.

Esse projeto foi desafiador, primeiro porque era um edifício tombado pelo patrimônio histórico de São Paulo e nacional, foi submetido à aprovações na prefeitura e no Condephaat, e também porque era um programa muito rico, cheio de detalhes, muita diversidade e também trazendo muita inovação nas propostas. Ele foi um verdadeiro presente pra cidade, porque inclusive era uma proposta aberta a visitações pelo público não somente voltada aos funcionários, um ponto turístico mesmo. Olha... esse projeto resgatou um edifício que estava subutilizado, devolveu vida para aquele espaço e também pro entorno. Outras empresas se juntaram com a gente pra garantir as melhorias que precisavam ser feitas nas ruas, foram resgatando alguns programas em parceria com o governo e isso foi gerando uma corrente de coisas boas sabe?
E além disso, a própria equipe que trabalhou ali comigo no projeto era uma equipe multidisciplinar, os comitês eram os mais diferenciados com participação das equipes de Workplace, Engenharia, Facilities, Manutenção, Real Estate, Jurídico, Suprimentos, Segurança, Marketing e os fornecedores, escritórios de arquitetura, gerenciadoras, construtoras...

A equipe de Workplace responsável pelas definições de ocupação do prédio, foi preparando todos os ambientes, liberando os andares com o pessoal do acervo para dar início às obras pela equipe de Engenharia. As áreas de Facilities que atuavam nas áreas de serviços como limpeza, recepção, alimentação e bilheterias. O pessoal de Manutenção que avaliava tanto as instalações existentes como validavam os projetos propostos do ponto de vista técnico e como mantenedora, as equipes de Real Estate que eram responsáveis tanto pelas aprovações legais junto aos órgãos reguladores como pelos contratos com as empresas que iriam sublocar alguns espaços, o Juridico que apoiava na elaboração destes contratos, Suprimentos que entrava com todos os pacotes de contratações, negociações com fornecedores, as equipes de Segurança para alinhamento das operações durantes as obras e após a reinauguração do edifício, o Marketing que era o nosso cliente interno e estava responsável também pelo “recheio” daqueles espaços com exposições, além de toda a divulgação.

A principal adversidade do meu ponto de vista foi garantir que todos os protocolos de aprovações fossem cumpridos dentro dos prazos esperados, pois tinham muitas datas de inauguração amarradas com outros eventos. E as contratações eram o gargalo do projeto, porque como os escopos estavam sendo contratados e definidos, a contratação da execução tinha que sair num prazo bem curto e limitado, era necessária uma comunicação constante pra inclusive voltar pro escopo e rever o que fosse preciso porque nosso compromisso com o prazo era muito forte, ele estava além da empresa, havia muitas variáveis envolvidas com as datas de inauguração. Então nós criamos uma mesa ágil, onde cada área deixou um representante dedicado ao projeto, tudo era decidido ali e depois reportado no comitê de liderança semanal. Esse modelo de contratação, com a mesa ágil, garantiu uma redução muito grande no prazo das contratações e inclusive foi considerado um “piloto” de um novo modelo de contratação na empresa, conseguimos replicar para outros projetos. E com relação às aprovações nós conseguimos dividir as intervenções em pacotes que pudessem ser executados de curto a longo prazo, conforme as aprovações acontecessem.

Nós tivemos um cronograma bem apertado, foram cerca de 90 dias de conceituação e projeto e algo em torno de 60 dias para as obras de reinauguração.

Bem próximo da entrega final, nós tínhamos recebido uma das empresas contratadas para filmagem do prédio com drones, estava quase tudo finalizado me chamaram para pedir uma avaliação das estruturas da fachada, teria uma visita técnica porque eles queriam penduram um gorila na fachada pra imitar o King Kong.... gente, nesse dia eu pensei, era só o que me faltava né..... mas aí acabou que não precisou, desistiram, pensando bem até hoje eu não sei mas pensando bem agora eu acho até que isso foi uma pegadinha do meu chefe hahahaha pra ver até onde ia o meu comprometimento hahahaha e pior que eu já estava empenhada em dar um jeito de colocar o bicho lá!!!

Foi realmente um projeto inesquecível, quem tava lá sabe que foi, uma energia incrível e um orgulho enorme de ter feito parte. E esse prédio passou a ser mais um ativo estratégico pra empresa, atraiu outras áreas para o Centro de São Paulo com projetos interessantes também e depois dele ainda fiz outro, em 2018, no mesmo conceito em Porto Alegre.